quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Ressuscitar dos mortos

Faz tempo tempo que não venho ver o que se passa por estas bandas, que quase esqueço o caminho para cá!

Ouvi dizer que se poderia tentar ressuscitar este blog do mundo dos mortos. Será? Oxalá... Aliás, oxalá eu própria consiga reencarnar a porção que me coube... Sinto falta dela! Mas com tanto tempo passado no outro mundo...

Ora, todos merecem uma segunda oportunidade, não é assim?! E quem sabe se, renascendo, este blog não vem ainda melhor?

segunda-feira, 18 de junho de 2007

De mau humor

Tenho estado a pensar... Esta agonia já vai longa... Passamos um certificado de óbito a este blog? Que acham? Como acabei de saber que chumbei a Medicina Legal, o meu sentido de humor está para aí virado... Queridos compnheiros bloguistas, atrevem-se a certificar a defunçäo deste blog ou há suspeitas de criminalidade? Ou será que ainda resta alguma ínfima hipótese de sobrevivència? Escrevemos desde distintos países, mas ao que sei, a legislaçäo näo muda neste aspecto.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Blog moribundo

Alô, pessoal!! Este blog anda morto...

Vamos dar-lhe um pouco de música. Ando numa onda de novas experiências. Por um lado, aconselharam-me a ouvir "Dave Matthews Band" (o meu voto vai para o videoclip de "Everyday", bastante engraçado). Por outro, temos a versäo berlinense de Da Weasel, "Seeed" (näo me enganei, é mesmo com 3 e que se escreve...). Nada como intercâmbio cultural!

Para quem näo gostar, da próxima vez darei dicas sobre as chamadas "músicas lamechas". Pessoalmente, gosto muito de uma balada bem romàntica...

PS: Se näo me derem notícias de vida, vou dar parte de vocês como desaparecidos à Judite!

terça-feira, 8 de maio de 2007

Nirvana: tenho uma dúvida...



Isto pode parecer-vos estúpido, mas é algo que me tem dado que pensar... Os Nirvana eram uma banda do início da minha adolescência e já assim tinham imensos fans dentro da malta da minha idade. Na altura, näo gostava muito deles. Acontece-me, algumas vezes, gostar do trabalho de alguém (ou, pelo menos, de parte do seu trabalho) e näo gostar do(s) autor(es), o que näo parece ter muita lógica, mas näo deixa de ser verdade.

Agora, surpreendentemente, ando como que... é que nem sei dizer! Fascinada näo é o termo. Näo é que agora goste deles, mas näo consigo resistir a ouvir as suas músicas. Será o mito a funcionar? Chegou-me demasiado tarde?!

Há algo de violento e doentio nos seus trabalhos, näo há?! Acho que é isso que me tem desorientada. Sinto como que se quisesse compreendê-los.

Gosto de muitos estilos musicais diferentes, mas admito que isto me apanhou desprevenida...

O que foram os Nirvana para vocês? Expliquem-me lá o que é que se passa aqui.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Instante de rebeldia

Creio que näo há ninguém neste mundo que goste de fazer coisas a que seja obrigado. Melhor dizendo, até deve haver alguém, pois como dizia uma amiga minha "Tu existes porque tem de exisitir de tudo neste mundo!", mas näo acredito que essas estranhas pessoas sejam a maioria. Eu, definitivamente, odeio sentir-me obrigada a fazer o que näo quero e sofrerei bastante ao longo da vida à custa disso - jamais daria uma boa militar!

E enfim, cá ando eu a fazer o que tenho que fazer, embora muito me apeteça mandar tudo às malvas. A rebeldia preenche-me o coraçäo! Decidi que mesmo tendo de cumprir com as minhas obriagaçöes, näo vou deixar que isso interfira com as outras coisas que acho importantes na vida, particularmente neste ano táo especial. Poderei ter de sofrer nefastas consequências por causa desta minha atitude, mas creio que o pior será, um dia, quando estiver às portas da morte, olhar para trás e achar que deixei demasiadas coisas por viver. De forma que, para o diabo com os exames! O tempo näo é elástico, mas se nos organizarmos bem e formos disicplinados, muitas coisas poderemos fazer. Como ir à praia nem que seja por uma hora (nisso, tenho a vantagem de morar justo aqui ao lado!) ou fazer uma noitada na "Feria del Puerto de Santa Maria", na companhia de bons amigos e colegas. Que raio! Sempre procurei viver ao máximo todas as oportunidades, mas este ano essa necessidade está ainda mais aguçada, näo fôsse o último ano, a hora da despedida, o momento de cruzar para um outro mundo! Isso é significativo!!

Apesar de tudo, näo posso queixar-me de como me tèm corrido as coisas. Gostava, apenas, de que continuassem assim. Já näo estaria nada mau...

Novidades até väo havendo algumas, mas como eu disse, o tempo näo é elástico, de forma que vou ter de ir adiando algumas coisas. O que é preciso é ter calma! Devagar se vai ao longe!


PS: Se os meus pais lerem isto, argumentar-lhes-ei, a conselho de um filósofo, que sou o producto da genética e da educaçäo, de forma que como foram eles quem me deram ambas, a culpa é toda deles!!! lolololololololol ;)

sexta-feira, 20 de abril de 2007

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Uma agradável surpresa!

Queridos colegas do blog

Este post vai dedicado a vocês, pela agradável surpresa que acabam de me fazer. Francamente, era algo que eu não podia imaginar e que me alegrou esta tarde cinzenta de estudo difícil e aborrecido, em que não conseguia parar de bocejar e divagar em pensamento por onde não devia.

Céus! E agora, invadida como estou por uma tremenda vontad de pôr a conversa em dia, como faço para voltar ao trabalho?! Está claro que é hora de estudo e eu não vos vou interromper... Mas que mal me aguento de vontade para dar à língua, lá isso é verdade! eheheh

Ainda bem que gostaram da TT!! Espero que nos encontremos mais vezes por aqui e que, juntos, estudemos muito e nos divirtamos ainda mais! Beijos aos dois!

segunda-feira, 9 de abril de 2007

A propósito da comunhão das nações...

A propósito do meu post sobre a Europa, lembrei-me de algo curioso. Outro dia, fui a uma festa de aniversário em casa de uma colega minha. Quem me convidou, nem foi ela, mas sim um dos seus companheiros de casa. A moça era cubana e esse colega, alemão. Entre os convidados, falavam-se imensas línguas. Havia portugueses, espanhóis, galegos, marroquinos, alemães, brasileiros e até uma rapariga búlgara! Faltavam lá os franceses e italianos que vejo em Cádiz por todos os lados, mas era difícil que lá coubesse mais alguém...

Não vão acreditar, mas dançou-se ao som de Quim Barreiros e de forró, por obra e graça de dois amigos brasileiros, que costumam trabalhar em Portugal, aos fins-de-semana, com as excursões da terceira idade e que tiram os velhotes para dançar. Até um dos alemães, estudante de geologia, dançou sobre a garrafa (uma brincadeira que os nossos irmãos brasucas gostam de fazer), vermelho como um tomate e uma das marroquinas, com um brasileiro. Dá para acreditar?! Aquilo era uma mini-ONU em dia de festa!

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Europa, Europa...

Há quem diga que se está pronto para entrar na universidade, quando se está a terminar o curso e eu dou-me conta de que é verdade. Na brincadeira, o que eu costumava izer aos meus amigos é que a vantagem dos 6 anos de medicina era, precisamente, o tempo a mais que tínhamos para nos darmos conta disso e ainda podermos gozar a faculdade, antes de sairmos. Entretanto, como tudo tem o reverso da medalha, eu ainda estou a acabar o curso e já todos os meus amigos estão a trabalhar... Que se há-de fazer?!

Isto para dizer que, actualmente, sempre que venho a Lisboa, venho estudar para a Torre do Tombo com a minha mãe, porque sempre tenho alguma companhia. Antigamente, juntávamo-nos e íamos estudando am várias bibliotecas pela cidade universitária, segundo o apetite, ainda que estudássemos coisas diferentes.

Pois bem, cá estou eu na Torre do Tombo (TT para os amigos), labutando pela vida. Mas como agora é hora de almoço, dedicar-me-ei a contar-vos algo que me chamou a atenção.

Entre o os dias 2 e 5 de Abril decorre na Faculdade de letras uma Conferência sobre a Regional Studies, na Europa e nos EUA. Passei uma vista de olhos rápida pelas coisas expostas, como cão por vinha vindimada. Entre os diplomas de assistência que esperavam se recolhidos pelos seus respectivos donos, havia nomes de todos os cantos da Europa e outras paragens. Quando saí do recinto da faculdade, deixei-me estar numa esquina da escadaria principal, observando as pessoas que acabavam de sair da dita conferência. Desde pequena que é um deleite par os meus ouvidos e os meus olhos ver este género de coisas. Estrangeiros, dos quatro cantos do mundo, conversando, discutindo asssuntos importantes entre si, trocando experiências, negociando, aprendendo, convivendo em paz. Sei que o mundo não é assim. Sei que a realidade é bem diferente, mas talvez por isso aprecie tanto estes pequenos eventos. A diplomacia é algo que muito me atrai, mas sou demasiado ingénua para poder participar de algo assim,

Sou uma patriota (que é bem diferente de ser nacionalista) e desde que emigrei para Espanha, ainda que temporariamente, fiquei-o ainda mais. A beleza da vida está nas suas diversidades e é espantoso como num cantinho tão atarrancado como a Europa consegue haver tamanha variedade de línguas e culturas.

Por vezes, sinto-me confusa, como que meio perdida. Sei o que quero da minha vida: exercer a minha profissão com dedicação, construir uma família grande e ter a qualidade de vida que a natureza me pode oferecer num sítio fora das grandes e confusas cidades, mas suficientemente perto delas para poder usufruir daquilo que elas têm de realmente bom. Tal é possível! O que me baralha é esta minha fatal atracção pelo que é exótico, diferente daquil que sou e que conheço.

Se a minha juventude fôsse eterna, viveria um par de anos em várias cidades europeias e não só, simplesmente pelo prazer de as conhecer. Ainda vou a tempo de fazer isso, mas é uma opção de vida que, a longo prazo, não me faria feliz, por me obrigar a abrir mão das outras coisas que, para mim, também são importantes na vida.

Outro dia, alguém me surpreendeu perguntando-me: «Como é que uma rapariga viajada como tu, quer ir enterrar-se na Covilhã?». “Enterrar-se” pareceu-me uma expressão um nadita forte. Já não estamos na infância da minha mãe, em que ela demorava um dia inteiro para ir de Lisboa à Covilhã, num daqueles comboios a carvão, que lhe deixavam o rosto todo negro quando ela espreitava pela janela... É, meus maigos,pode ser incrível, mas naqueles tempos ainda existiam pérolas destas! Se não fôsse ela a contar-mo, não acreditaria!

Por outro lado, sou uma rapariga viajada, mas não tanto assim, Tenho as minhas experiências, entre viagens e emigração e adoro-as. Mas uma coisa é viver fora do teu país e outra, bem diferente, é viajar...

É verdade que quanto mais conheço além fronteiras, mais quero conhecer. Quanto mais palavras aprendo em italiano, alemão ou franc~es, mais vontade tenho de saber as mesmas em russo, hebraico ou chinês, mas desgraçadamente não sou sobredotada e portanto, tenho de ordenar muito bem as minhas prioridades. E o pior de tdo, é que praticamente não conheço Portugal! Fui até aos confins da Europa, visitei os fiordes noruegueses, a Veneza do norte (Estocolmo, para quem não saiba), o país dos Nokia e a fronteira entre o que conhecemos por Europa ocidental e Europa de leste, mas não vi quase nada deste nosso belo jardim à beira-mar plantado. Isto não pode ser!

Enfim, a Covilhã parece-me uma cidade com o tamanha adequado para não ser uma parvónia, nem um inferno e suficientemente perto dos grandes centros urbanos portugueses. Vou tentar a minha sorte por lá e logo se vê. Se não gostar, paciência, mudo de poiso. Em Lisboa, é que eu não quero ficar! Nasci e cresci aqui, adoro a cidade para passear, mas não temnada a ver com o estilo de vida que quero levar...

Por vezes, sinto-me como o nosso velho Cesário Verde, completamente dividida no coração, entre o atractivo espaço aberto que é o mundo e o meu pequenino universo familar, do qual poderei escapar de vez em quando. Num prato da balança, equaciono a vontade que tenho de mandar tudo ás malvas, pôr uma mochila às costas e cair no mundo. No ourto prato da balança, ponho algo importante que o conforto físico de uma casa, ponho a família e as raízes que todos temos e deveríamos ter. Porque uma vida de aventuras também cansa e é muito ingrata no seu final, principalmente se não tivermos com quem a partilhar.

Como patriota que sou, não desejo que o meu país, em território, em autonomia e em cultura, seja absorvido pelos outros. Contudo, não vejo a Comunidade Europeia como um mal, antes sim, como um belo projecto. Custou-me abrir mão dos nossos belos escudos, mas é um prazer ter práticas com um alemão e estudar em Espanha, sendo eu portuguesa. Quando fui para Cádiz, ainda tive de comprar pesetas e fazer contas à vida, para ter uma noção dos preços. Agora, tudo é mais fácil e este verão pude passar 33 dias por toda a Europa sem usar um passaporte.

Não sei onde terminarei. Falo em ir para a Covilhã, mas a vida dá muitas voltas e é uma caixinha de surpresas muito matreira. Digo-o por experiência prórpia! Seja como fôr, aminha fé em que tudo acontece por uma razão, facilita-me um pouco a vida mas só um pouco, porque nem sempre aquilo que queremos é o melhor para nós, num determinado instante).

Vi com prazer as imagens das comemorações dos 50 anos do nascimento do que é hoje a comunidade Europeia. Creio que tenho hipóteses de assistir ao 100º aniversário do Tratado de Roma e dizer aos meus filhos, orgulhosamente, que ainda nasci no século passado (o meu século favorito, apesar de todas as desgraças que aconteceram) e que ainda sou do tempo em que Portugal aderiu a esse projecto inovador chamado, na altura, CEE.

Entretanto, o futuro é uma incógnita! Pode ser que o século XXI seja ainda mais fascinante do que o século XX...

PS: A comunhão e a rivalidade saudável dos vários países é interetessante e bonita. No passado Mundial de Futebol (Alemanha 2006), deu-me raiva ver a nossa selecção ser derrotada pelos franceses novamente por penalties e revoltei-me ao vê-la levar porrada das holandeses, mas assistir aos jogos nos bares e cafés, com os amigos e os “ininmigos”, foi deveras divertido e emocionante.

domingo, 1 de abril de 2007

Bricolage

Eu não sou sexista! Acho que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos e obrigações, mas devem,também, respeitar-se nas suas diferenças. Afinal, somos diferentes! E aí é que está a graça... ;)

O que eu não entendo é por que é que ainda há pessoas que continuam a achar que algumas tarefas ou algumas profissões deveriam ser exclusivas de mulheres ou de homens! Naturalmente, é mais fácil ver os homens a trabalhar na construção civil, que as mulheres, assim como é mais frequente vermos babysitters mulheres, que homens. Mas não pderão ambos os sexos fazer idênticos trabalhos?! Depende mais da pessoa em si mesma, que do seu sexo...

Fui com a minha mãe ao Ikea comprar umas caderias para cozinha e montámo-las nós mesmas. Aquilo não tinha dificuldade nenhuma! Ambas adoramos bricolage!

Isto fez-me recordar a minha casa-de-banho do ano passado, com o cano do lavatório sempre entupido. Não havia meio de aquilo se resolver e eu, cansada da situação, pedi emprestada a um vizinho uma chave de parafusos e tratei eu mesma do assunto. Poupei tempo e dinheiro e tirei do cano uma molho de cabelos tão grande que dava para fazer duas cabeleiros postiças! Claro que, se não sei e não percebo, não mexo! Mas há coisas que qualquer um pode fazer...

Se há coisa que odeio, é depender dos outros! Naturalmente, todos precisamos uns dos outros, mas há uma grande diferença entre precisar e estar dependente.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Winds of changing




Se há uns anos atrás me tivessem dito que este ano lectivo me sentiria assim, eu não acreditaria! Assim, como? Pois, ao rubro, sem palavras para descrever a intensidade das emoções que cada novo dia me vai trazendo. E o pior é que o tempo voa, escapa-se-me... E eu näo sei o que fazer...

Definitivamente, sopram ventos de mudança! Tenho andado tão absorta, tão mergulhada neste oceano sem fundo de pensamentos, recordações e sentimentos, que negligencio alguns aspectos da minha vida. Mal como, mal durmo, mal me concentro. Pareço um cano entupido!

A minha vida prepara-se para dar mais uma volta de 180º, mas não é isso que me preocupa. Antes, quero terminar de arrumar bem este passado e fechar a porta atrás de mim com a tranquilidade de quem sabe que chegou ao fim. O que estou prestes a terminar é muito mais do que um curso, é uma metamorfose. E ainda que a borboleta tenha uma vida curta, vale a pena deixar de ser larva!

Por todos os lados sopram ventos de mudança, que me envolvem num remoinho que me deixa desorientada, mas, também, feliz, como se fosse uma droga.

Aos meus queridos amigos de Lisboa, peço desculpa por não estar tão presente como costumava, em todos os sentidos. A verdade, é que a minha vida não é a única em pleno processo de transformação e sem nos darmos conta, os ventos de mudança revolveram as nossas vidas e já nada é como antes. Tenho saudades do passado, mas encaro o futuro cheia de fé e esperança. Pensamentos positivos, lembram-se?!

Com todo o meu carinho, RD

terça-feira, 6 de março de 2007

Sócrates

Já dizia o Sócrates (o filósofo, não o primeiro-ministro): «Conhece-te a ti mesmo!». Sem dúvida, um grande conselho! Estive a deitar umas contas à vida e fiquei a compreender-me a mim própria um pouco melhor.

Ah... natureza! Ah... Se fôssemos só animais, perderíamos o mais importante da vida. Mas se fôssemos só racionais, perderíamos o mais divertido!

Agora que percebi, já não estou zangada, já não me pesa o mau humor, antes, sim, a tremenda vontade de fazer disparates e de abraçar toda a gente. Pena que não o possa fazer...

Oficialmente, ficam aqui decretadas a minha loucura e a minha paixão pela vida! E seja o que Deus quiser...

PS: Pode ser que percebam sobre o que estou a falar... pode ser que não! Eheheh

segunda-feira, 5 de março de 2007

Marinheiros à deriva e ovos estrelados

É sobejamente conhecida em Portugal a perfeita ignorância e/ou falta de talento dos espanhóis para as línguas - com salvaguarda das merecidas excepções, porque também as há – mas nem assim consigo deixar de me surpreender com isso.

No sábado de manhãzinha cedo, vi-me na inevitável contingência de ter que «levantar o cu da cama», com o perdão pela palavra, para ir ao banco resolver uns problemazitos que não podiam esperar. Como os nossos estimados vizinhos espanhóis só sabem funcionar das 8 ou 9h da manhã às 14h non-stop e esse é, também, o meu horário, não me restava nenhuma margem de manobra, de forma que tive de sacrificar a minha manhã de sorna ( que seria bem merecida, diga-se de passagem...).

Pois bem, lá estava eu no banco, tratando daquelas coisas que ninguém gosta de tratar, quando me entram pelo edifício três jovens muito loiros, muito pálidos, ainda cheirando a cueiros e com olhos azuis interrogativos, pedindo que se lhes fizesse o cambio de dinheiro russo para euros. EM INGLÊS, naturalmente... A princípio, não liguei nenhuma, mas depois fui-me apercebendo do alarido que se fazia do outro lado do balcão. Os três pobres coitados já estavam a dar meia volta, quando lhes digo: «I speak English. Can I help you?!». Calou-se toda a gente e eu senti o sangue aflorar-me ao rosto. Não coro facilmente, mas custou-me ser o centro das atenções naquele instante. É verdade que não sou nenhuma perita em inglês, mas consigo desenrascar-me bem. Haviam de ter visto a cara que eles puseram, quando olharam para mim. Um avançou na minha direcção e explicou-me o que se passava e eu lá traduzi para o homem do banco. Para trocarem o dinheiro, tinham de ir a outro banco, que ficava na rua tal e qual. Infelizmente, eu não sabia onde era. Disse-lhes que me dessem um segundo, que eu ía apontar-lhes o nome da rua num papel, para que eles voltassem a perguntar na rua, ao seguirem um par de instruções básicas. Não sei se viram o demónio ou algo parecido nos meus cabelos escuros e nos meus olhos quase negros, tão diferentes do seu fenotipo, mas, definitivamente, algo os assustou, pois não esperaram e saíram porta fora, deixando-me com cara de parva. Ainda tive tempo para lhes perguntar se tinham entendido o que eu lhes dissera e responderam-me que sim, enquanto continuaram na direcção da porta, perante o meu olhar estupefacto. Desconheço o motivo da fuga...

Virei-me para o homem do banco que estava a atender-me e disse-lhe que aquela estranha atitude deveria servir-me de lição, para não voltar a meter-me onde não sou chamada, mas que, desgraçadamente, não suporto ver gente com problemas e não mover uma palha, quando sei que poso ajudar. Em particular neste estilo de situações, pois já soube o que era querer comunicar-me e não conseguir fazer-me entender. Perguntou-me o homem: «Estavas a falar com eles em inglês?». Nesse instante, o sangue fugiu-me todo para um qualquer recanto desconhecido do meu corpo, pois estive quase a pedir uma cadeira para me sentar. O quê?! A ignorância é assim tão grande??!! Estarei a ser demasiado exigente?

Os russos eram putos que não deviam andar longe dos 18 anos, se é que os tinham. Eram marinheiros, a sua fatiota não enganava, mas andavam completamente à deriva nesta terra de boa gente. Imagino que tudo lhe soasse estranhíssimo, quase exótico. E fiquei com pena deles. Mal sabem o que os espera!

Depois de tudo isto, saí do banco a pensar no meu avô, que sempre dizia: «O saber não ocupa lugar!». Sempre gostei de línguas e quero aprender o mais que puder. Poucas coisas dão tanto prazer como chegar a um sítio totalmente desconhecido e diferente do que estamos habituados e sermos capazes de nos fazermos entender.

E como os pensamentos também são como as cerejas, montada na minha bicicleta de adolescente e ziguezagueando por entre o mar de gente que enchia a zona do mercado, acabei por me rir que nem uma perdida, quando me lembrei de uma velha história de família. Ora topem só!

Em Agosto de 1989, ainda existia uma coisa chamada Checoeslováquia, cuja capital era a magnífica Praga. Naqueles tempos, os habitantes da belíssima cidade só falavam 3 línguas: croata, russo e uma outra que não me recordo, devido à mentalidade do regime político que imperava naqueles tempos. Durante toda a estadia, não me lembro de ter encontrado uma pessoa que falasse o inglês fluentemente. A nossa safa, minha e dos meus pais, foi termos dado com um português na rua, que vivia por lá e que se condoeu de nós e nos deu um dicionário, com o qual pudemos circular sem demasiados problemas. Um dia, num restaurante, a minha mãe decidiu pedir um ovo estrelado a acompanhar o prato que tinhamos estado a pedir a todas as refeições, por falta de melhor oferta. A minha mãe não é uma poliglota de verdade, mas fala francês, inglês e espanhol (para além do português, é claro) e arranha umas quantas coisas em italiano e alemão. Agora, como ela diz, já não se lembra de quase nada, mas as muitas viagens que fez na sua juventude, aliadas à sua curiosidade natural, fizeram o trabalho de casa. Pediu o bendito ovo em todas estas línguas que sabia e, desesperada, aceitou a sugestão do meu pai para desenhar o ovo. Fez um inteiro e outro estrelado, mesmo ao lado. A empregada continuava a abanar-lhe a cabeça. Então, furiosa, a minha criativa mãe dobra os cotovelos e começa a levantar os braços, para cima e para baixo, à guisa de asas, ao mesmo tempo que cacareja como uma galinha. No restaurante, todos se calam e começam a olhar para ela, enquanto eu e o meu pai damos pulos na cadeira de tanto rir e não conseguir parar. Envergonhada, corada e sorrindo, a empregada diz-lhe que sim, por fim. Para infelicidade da minha mãe, trouxe-lhe um ovo, sim, mas não estrelado...

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Mais vale tarde, que nunca!

Este ano, resolvi aprender a andar de bicicleta! Tenho quase 25 anitos, quase ¼ de século de vida e isto pode parecer estranho, mas é a realidade. Vá lá! Riam-se, gozem, espantem-se, que eu não me importo! Mais vale tarde, que nunca!

A ideia veio da minha necessidade de fazer exercício físico. Não que eu esteja uma baleia... Simplesmente, vivia com a sensação de ter um corpo enferrujado e sentia saudades daquele cansaço gostoso que sobrevém depois de um exercício relativamente puxado. O meu curso tem-me obrigado a muitos sacrifícios e esse era mais um deles. Muitos não perceberão ou não concordarão, mas eu cá sei ao que me refiro...

Enfim, começar a andar de bicicleta era matar dois coelhos de uma cajadada só: punha-me a mexer (mente sã em corpo são!!), divertia-me, relaxava-me, fazia-me poupar algum dinheirito em viagens de autocarro de cada vez que quisesse visitar os amigos que vivem mais longe de mim (faz-me sempre um jeitaço ter mais alguns trocos quando chega o fim do mês...) e ainda podia livrar-me, por fim, do sarcasmo dos meus amigos e do sorriso incrédulo dos conhecidos que ficam a saber que eu não tinha aprendido a andar de bicicleta quando era garota. Ora vamos lá a ver... parece que, afinal, matei uma coelheira inteira...

Resultado: o meu pai dispôs-se a arranjar uma bicicleta de adolescente que me tinham comprado há uns anos atrás, que estava quase nova, mas que eu nunca tinha podido utilizar. Encheu os pneus, apertou os parafusos soltos, pôs travões novos, faróis e uma pequena e estridente campainha com um leãozinho colado. Está uma gracinha! Bem sei que é uma bicicleta pequena para mim, mas cabe no carro e é suficientemente grande para eu poder andar. Parece uma daquelas que os miúdos usam para fazer acrobacias! Quando passo na rua, lá em Cádiz, há sempre alguém que se ri. E eu rio-me também. Admito que fica um pouco estranho, mas é o que há!

Ainda me lembro de ir de férias com alguns amigos e ter aceite o desafio para ir dar umas voltinhas com eles. Céus! O que eu sofri nesse dia... Mas agora, até já tiro uma mão do voltante! Não se preocupem! Sou uma condutora responsável, paciente e muito simpática. Só atropelo rapazes bonitos e solteiros...

O mais interessante de toda esta história foi ver o meu pai todo entusiasmado em me preparar a bicicleta. Quando, finalmente, ficou pronta, levou-me para o largo das traseiras da minha casa e pôs-me a dar voltinhas, enquanto me enchia de conselhos. Não precisei daquelas rodinhas que se põem atrás. Vá lá, se estiverem a pensar nisso, podem tirar o cavalinho da chuva e tornar-se menos ruins.

Todo babado, o senhor Comandante lá me mirava com os seus cabelos e barbas grisalhos e olhar enternecido. Era notório que aquilo lhe dava prazer! As pessoas esquecem-se que são as pequenas coisas, como isto, que fazem a nossa felicidade. E embora estivéssemos 10 ou 15 anos atrasados, lá estávamos os dois, numa cena memorável de pai e filha. Podem crer que nunca mais vou esquecer! Penso que o meu querido papá se redimia. E a mim, também me fazia feliz vê-lo assim, satisfeito. Mais vale tarde, que nunca!!!

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

A mulher das calças

Hoje, fui com a minha mãe ao IPO, para ela participar num exame de rastreio do cancro de cólon. Sou suspeita de o dizer, mas a minha mãe é uma peça única e uma paciente exemplar (infelizmente, já tive de a ver internada mais do que uma vez). Quem me dera que todos os meus futuros doentes fossem tão bonzinhos e bem-dispostos como ela! E corajosos, também!

Enfim, íamos nós por aí acima, quando reparo que vêm a sair do edifício principal dois palhacinhos daquele grupo que anda a animar as crianças pelos hospitais. São verdadeiramente impressionantes e o seu trabalho louvável e muito necessário. Mas nesta curta história, eles não são os protagonistas. Atrás deles, dou-me conta, por acaso, de uma senhora de meia-idade a quem caem no chão, subitamente, as calças. Palavra! Pois a boa mulher, em vez de puxá-las rapidamente para cima e olhar a toda a volta, disfarçadamente, para se certificar de que ninguém se deu conta, baixa-se, sim, para puxar as calças, mas devagar, rindo-se a plenos pulmões e deixando todos surpreendidos. Só eu, a minha mãe e umas empregadas de limpeza que estavam sentadas a descansar é que nos demos conta. Os outros, com certeza, pensaram que a mulher era doida. Nenhuma de nós conseguia conter-se e as lágrimas já nos rolavam pela cara abaixo, como se nos tivessem dado um par de tabefes. E aí foi ela, rua abaixo, rindo-se sem parar e dizendo que nunca pensou que lhe pudesse acontecer uma coisa daquelas. Ah! Que sentido de humor admirável! Aquilo, só vendo! Contado assim, até perde a piada... Parecia uma cena tirada daqueles apanhados de vídeo que costumavam fazer na Euronews!

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

A propósito da vida humana

Esta noite, vi uma reportagem que me deixou boquiaberta! Uma menina nasceu com menos de 400g, às 22 semanas de gestação e sobreviveu até agora! Cabia na palma da mão...

Saíu da incubadora e está pronta para ir para casa com os pais, com cerca de 4 meses de vida. Disseram os médicos que ela deveria adquirir as capacidades dos bébés normais de uma forma mais lenta, dada a sua prematuridade, mas até nisso ela tem sido uma surpresa!

Claro que teve as suas complicações... infecções respiratórias, problemas digestivos, hemorragia cerebral... mas parece que nada disso lhe deverá deixar sequelas. Será?

Milagre? O que é um milagre? Seja o que fôr, abençoada criança! Que seja muito feliz! E que me perdoem os outros profissionais, mas a medicina e a enfermagem são do mais priveligiado que há! Lidar assim de perto com a magia e o poder da vida humana, para o bem e para o mal, é... aiiii...

Obrigada, Deus, por esta benção!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Esperança

Casacão pesado, lenço na cabeça e enormes sacos pendendo dos braços, a mulher negra discursava gritando do lado oposto da plataforma do metro: "...que raio de mundo é este?!...todos criticam a escravatura, os judeus já não são perseguidos, defendem-se os direitos dos animais, mas vidas humanas com menos de 10 semanas de existência podem ser aniquiladas?!!!!..."

Do lado de cá da estação, aguardando o transporte de regresso a casa, era impossível não ficar impressionado com aquela figura que, cada vez mais embravecida, não se calava!

"É maluca", comentou uma boca coberta de batôn vermelho ao meu lado.

De facto, parecia maluca. No entanto, não encontrei NADA que não fosse verdade no que ela dizia! E foi isso que transmiti à minha vizinha no momento em que nos levantávamos para entrar na carruagem que entretanto se aproximava. "Tem razão"- desabafou - "maluco é quem não reage ou aprova que se mate quem ainda mal começou a viver!"

Como passageiras cansadas que estávamos, ocupámos os últimos lugares sentados. No vidro a que me encostei um autocolante lembrava que aquele banco deveria ser cedido a quem estivesse sob condições especiais- grávida, nomeadamente. Olhei em volta e não vi nenhuma. Veio-me então à cabeça uma frase de Tagore: "Cada criança que nasce traz a mensagem de que Deus ainda não perdeu a Esperança no Homem."


Será que Deus está a perder a Esperança no Homem?


Sendo Esperança o título que dei ao texto que acabei de escrever, parece-me um pouco triste a frase com que o termino. Assim, prefiro acreditar que, um dia, TODOS reconheçam que TODOS têm direito a nascer e desse modo Deus tenha motivo para ter Esperança no Homem.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Free (almost) as a bird

Bom, como sou uma abusadora, vou ocupando espaço neste blog. De qualquer forma, só lê quem quiser, né?! ;)

O leão serenou um pouco, mas a fúria ainda lá está, contida, à espera de sair, qual panela de pressão. Acontece que estou, efectivamente, decidida a transformá-la em algo de positivo. É uma força cuja intensidade não se pode desperdiçar!

Por agora, pelo menos durante cerca de um mês e meio, acabaram-se os exames chatos e difíceis e, portanto, estou um pouco mais livre para fazer aquelas coisas pelas que tanto anseio. Free (almost) as a bird! O problema está em que, ironicamente, hoje levantei-me meio desorientada, sem saber bem o que fazer ou por onde começar. Topam o absurdo da situação??!! Acho que, um dia que me reforme (ainda nem comecei a trabalhar e já estou a pensar na reforma?!), serei daquele género de pessoas que não poderá estar parada. Sim, certamente! Se parar, morrerei! Enfim, levantei-me, liguei rádio, olhei para a minha secretária desarrumada e para a minha casa não muito suja, mas a precisar de uma limpeza e pensei que há coisas de que nunca nos safamos... Esta vida de estudante está a dar cabo de mim! Raparaparaparaparaparari... Apesar disso, já estou cheia de saudades desta vida. Isto admite-se?! Parece que vivo em dois tempos diferentes, simultaneamente.

Eheheh! O mais giro é eu estar aqui na biblioteca, viajando na maionese (como dizia meu amigo brasileiro), enquanto os outros desgraçados marram nos livros. Bom, nem todos. Os meus vizinhos, queridos colegas portugas, divertem-se a jogar poker no PC. Isso mesmo! Um destes dias tenho que vos falar sobre eles! São uns personagens! Aproveitem para cuscar o blog deles (aqueleblog.blogspot.com) e divirtam-se!

Bem, isto hoje não está a correr bem. Acho que vou indo.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Como um leão enjaulado

Conhecem aquela expressão "como um leão enjaulado"? Pois foi a melhor forma que encontrei para descrever como me sinto neste preciso momento. Aliás, tenho 15 minutos para falar sobre o assunto - foi o tempo que propus a mim mesma. A partir de então, toda esta raiva que sinto, esta vontade de matar um punhado de pessoas que conheço aqui, terá de ser transformada em energia e determinação para trabalhar e tornar frutuoso o meu esforço. Claro que, dito assim, nada disto faz sentido, mas como eu já disse, só tenho 15 minutos (agora, um pouquinho menos...) e portanto, vejo-me obrigada a fazer alguns cortes no meu desabafo. Acreditem que matar essas pessoas seria pouco. É gente que não vale o ar que respira! Não suporto pessoas que se consideram acima dos outros, que não medem as consequências dos seus actos, que são injustas deliberadamente e más e pensam que podem, pura e simplesmente, fazer o que querem. Desengane-se quem pensa que neste mundo não há justiça. Parece que não há! Ela tarda, mas não falha! E eu não preciso mexer uma palha para que estas pessoas que tanta raiva me despertaram acabem por "pagar os seus pecados". Não sou rancorosa, nem vingativa. Quem me conhece, sabe que sou moça de bons sentimentos, que procura a harmonia e a tranquilidade. Sei que este texto parece demonstrar o contrário, mas, afinal, quem nunca teve um dia mau? Quem nunca se encontrou perante pessoas ignóbeis? Como não lhes vou bater (porque näo acredito na violência como modo de resolver os problemas), muito menos as vou matar, esta foi a forma que encontrei para desabafar alguma da minha tensão. Conselho, para quem estiver interessado: a melhor vingança, é ser-se feliz! Por isso, vou trabalhar para a minha felicidade! E porque sou, de facto, aparentada com os felinos, quando estou zangada comporto-me como um leão enjaulado e aconselho a não cutucarem a fera com vara curta, esta minha raiva vai fazer-me alcançar os meus objectivos! Tenho dito!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Cacifo que não abre

Depois da correria típica de manhã para chegar “não tão atrasado” às aulas e após ter deixado parte do peso acessório do meu corpo (casaco + camisola de capuz + livros + dossier) no cacifo, também já de si bem “pesado”, lá fui eu para mais um dia de Medicina, agora com mais prática clínica.
Um pequeno à parte, até porque este episódio é sobre o meu cacifo: acompanha-me há já quase 6 anos e está muito bem localizado na grande macissez hospitalar, no piso 01, logo não tenho de subir escadas, e no primeiro lance de cacifos, mesmo no início (1º coluna) e ao nível da minha altura, logo não tenho de me baixar para o abrir...que preguiçite crónica não !!??
Bem, mas retomando o anterior, depois de voltar da enfermaria e antes de ir para o almoço, lá ia eu no ritual usual desta hora, abrir o cacifo, tirar bata e estetoscópio, vestir o acessório, pegar na senha grátis de alimentação...mas no início desta dinâmica rotinada, havia algo que oferecia resistência...não conseguia abrir o cacifo! Pus-me a pensar o porquê de tanto entrave e deu para perceber que de tão cheio que estava, exerceria pressão sobre o sistema da fechadura.
Pedi ajuda a uns colegas para inclinar para trás, e em bloco, o bloco de cacifos, para que a gravidade também desse uma ajuda e o conteúdo do cacifo desimpedisse a fechadura. Mas estava complicado e até surgiu mais um imprevisto...o vidro grande e fosco que estava por detrás acabou por se partir parcialmente...e parte dos estilhaços iam caindo em cima de um senhor que estava sentado, do outro lado, num banco “tipo de jardim”...sim, um daqueles que existe perto da sala de alunos! Claro que depois disto, uma auxiliar que passava por ali, no timing certo, começou a refilar e eu tive de apaziguar e explicar o sucedido...
No meio deste impasse, surge um colega mais encorpado e despachado que reparou no sucedido e pediu a todos que cessassem o esforço. E lá vai ele, todo decidido e com alguns cavalos de força, começar a maltratar o dito cacifo...e depois de várias marteladas lá conseguiu...
Mas acho que não aprendi muito com este filme, até porque o cacifo continua a rebentar por tudo o que é lado...
Ah!.. e o tal vidro ainda continua partido...não se dá muito por isso...mas é para continuar?


segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Uma questão de hormonas

Toda a vida se ouviu os homens falarem do síndrome de tensão pré-menstrual, de como as mulheres ficam afectadas naqueles períodos do mês pelas hormonas e de como eles necessitam uma paciência de Jó para lidar connosco. Ok. Ridicularizam-nos com isso, mas temos de admitir que isso tem um fundo de verdade. Acontece que a realidade não é bem como eles a pintam, isto é, nós não somos puros animais obedientes às flutuações hormonais e nem todas as mulheres sofrem desse síndrome. Além do mais, também eles são bastante influenciados pelas hormonas, começando pela velha história de "espalhar a semente", a eterna desculpa para pularem a cerca. Ainda outro dia tive uma interessante troca de ideias com dois colegas da faculdade sobre o assunto. É uma daquelas discussões que nunca acaba, porque a "guerra dos sexos" é eterna. De momento, prefiro não aprofundar muito esse ponto, pois daria pano para mangas.

Seja como fôr, há uma coisa que não se pode negar: há espécimens do sexo oposto que nos fazem perder o controlo! São aqueles homens ou aquelas mulheres cuja embalagem exterior (o seu corpo) é deslumbrante para os nossos olhos e nos ofusca o discernimento, pois comportamo-nos como se nos esquecêssemos de que também há que olhar para o conteúdo dessa embalagem. Isso não tem nada a ver com hormonas! É uma complicada e ainda não esclarecida questão química. Pois bem, eu nunca fui daquelas adolescentes que colavam recortes de revistas por todo o quarto com fotos dos seus "ídolos masculinos", embora houvesse quem não me deixasse indiferente. Acontece que, até agora, não havia nenhum homem para quem eu olhasse e me fizesse sentir que perderia o controlo. Ai, meu Deus... Há uns tempos atrás, descobri-o! E ironia do destino, renova o significado de deus romano, não fosse ele um italiano nascido em Roma. Admito que se este homem olhasse para mim como um homem olha para uma mulher, eu teria bastante dificuldade em me manter sóbria no meio da súbita subida dos meus níveis de feniletilamina. Para quem não sabe e segundo o meu professor de Sexologia (cadeira opcional na minha faculdade de medicina espanhola), esta é uma substancia cuja concentração dispara no nosso corpo, qual endorfina extasiante, quando estamos naquele maravilhoso processo de nos apaixonarmos. Mas o que é que faz, realmente, com que se dê esse "disparo químico" (provavelmente, o equivalente à flecha do cupido)? Isso, creio que ninguém sabe... E valerá a pena descobrir? A curiosidade é muita, mas... não será melhor desfrutar dessa encantadora sensação, em vez de lhe retirar toda a magia, estudando-a num balãozinho de laboratório? Bom, de qualquer forma, não me parece que isso explique a complexidade do amor entre duas pessoas. Quanto muito, explicará a atracção física. Sim, porque eu não me apaixonei por esse deus romano... E já agora, ele tem nome. Procurem no google imagens de Raoul Bova e depois digam-me o que acharam. ;)

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Por que é que é sempre preciso um título?!!!

Há momentos na vida em que somos obrigados a fazer coisas que não queremos, mas nem por isso deixamos de pensar naquilo que desejamos. São momentos difíceis. O nosso corpo está num sítio e a nossa cabeça e o nosso coração, noutro.

Apesar de tudo, a alma continua livre. A minha, pelo menos. Não gosto de me sentir presa ou obrigada e não admito que nada nem ninguém tenha a veleidade de querer controlar-me, dominar-me. Por isso, a monotonia do quotidiano não conseguirá ofuscar o brilho dos meus olhos, a vitalidade que me corre nas veias, nem mesmo em dias como o de hoje, em que me sinto rebentar pelas costuras com tantas ideias e desejos que trago dentro de mim. A vida é muito mais do que as simples responsabilidades do quotidiano e ignorar isso é como desperdiçar o mais valioso de todos os presentes: o simples facto de existir. Quando se anda por um hospital cheio de gente doente, a inconsciência do tesouro que é a vida torna-se numa negligência ainda mais horripilante.

Em anos de mudanças radicais, de transições de uma etapa da vida para a outra (como aquele que vivo neste momento), não consigo ficar indiferente às emoções que sinto e o ram-ram do dia-a-dia é como uma corrente de chumbo, pesada, que nos ata os pés e nos dificulta a marcha (semelhante às dos desenhos animados). Portanto, pequenas coisas como escrever neste blog estão para mim, como a lata de espinafres está para o Popeye: bota goela abaixo e cá vai disto!

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Pensamentos que me ocorrem quando estou na biblioteca

Cá estou eu de volta a Cádiz, de regresso às madrugadas geladas e húmidas antes de entrar no forno do hospital e às tardes passadas na biblioteca a fingir que se estuda. Apesar de tudo, não me queixo. A vida vai-me correndo bem e já vejo o fim desta longa etapa com alegria, mas, também, com uma pontinha de nostalgia. Quem diria...

Parece-me que tudo se passou demasiado rápido e, simultaneamente, demasiado lentamente. Tenho a sensação de viver em duas realidades paralelas: uma, a real, a do tempo presente; outra, a psicológica, a das constantes viagens no tempo. Se, por vezes, esta sensação é incómoda, outras vezes é como uma verdadeira droga e eu sou a mais viciada de todas as pessoas que a experimentam. Faz-me sentir muito viva e lembra-me o quanto tudo na vida é tão efémero e relativo. Porque a cada passo que dou algo me recorda o que já vivi e me faz pensar em como a minha realidade mudou, em como eu cresci. Céus! A minha mãe disse-me, um dia, que os nossos sentimentos parecem pobres quando traduzidos por palavras e ela estava coberta de razão. Como posso explicar isto? Só posso dizer que me sinto esmagada pela intensidade desta emoção.

Hoje, a biblioteca está quente e cheia de gente e isso só agrava a moleza do meu corpo e a minha pouca vontade de estudar, ao mesmo tempo que me estimula a pensar naquilo que não devo. Sabem como sabemos que estamos velhos numa faculdade? Quando olhamos para as pessoas à nossa volta e quase não reconhecemos ninguém! lol

Observo um dos meus colegas portugueses que se muda de lugar. Ele olha para mim um pouco espantado e eu rio-me. É um malandro cheio de sentido de humor e inteligência, mas não se dá a conhecer facilmente, o que é uma pena. Bom, pelo menos, para mim. Outro, brinca com a caneta, tentando concentrar-se. Quando aqui cheguei, isto era um deserto. Agora, formamos uma comunidade interessante e juntamente com os brasileiros, a coisa fica ainda mais animada. Espero que todas estas pessoas sejam felizes enquanto estiverem aqui e que, um dia, possamos voltar a encontrar-nos.

Hoje, estou com a macaca! Só me apetece dar o grito do Ipiranga, pintar a manta e abraçar todos aqueles que me são queridos. Infelizmente, isso não é possível, pois nem todos estão aqui, fisicamente perto de mim... É a dureza da imigração!

Tenho muitas coisas para dizer. Serei capaz de traduzir os meus sentimentos por palavras? Logo se verá...

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Há coisas que me custam a entender

Ora bem, vamos a ver se explico isto de forma inteligível e resumida. Recentemente, fui convidada por um amigo para fazer parte deste blog e aceitei de imediato, muito contente pelo gesto e entusiasmada com a ideia. Fiz, imediatamente, um post. Entretanto, o tempo passou-se e não tive oportunidade de voltar a fazer novo post, apesar das muitas ideias que me passavam pela cabeça. Andava um nadita aborrecida com isso e esta noite decidi que de hoje não passava. Pois qual não foi a minha surpresa, quando me dou conta de que não me lembro de como entrar, nem sequer estou certa do meu username e password. Faço todas as experiências que me ocorrem e nada! Fico furiosa! Ando cansada e distraída, mas não é para tamanho absurdo! Depois disto e de me ter esquecido do pin do cartão multibanco de uma conta que nunca uso, comecei a pensar que talvez fosse bom ir ao médico... Não percebo como é que acontecem coisas deste género! Enfim, como podem ver, acabei por resolver o problema, mas não sem perder uns bons minutos e me sentir uma perfeita idiota. Por outro lado, aquilo que vinha dizer, o que realmente era importante, parece-me agora demasiada areia para a minha camioneta cansada. Não paro de abrir a boca... De forma que, lá vai ficar outra vez para outro dia...
Feliz 2007 a todos!

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

a cabeleira

Com sandálias velhas calçadas, todos os Verões, durante as férias, havia visitas à horta e passeios pelos montes transmontanos com o pai a fazer-se de guia. Mas guia mesmo! tipo: boné na cabeça, vara de pau empunhada, chefiando um grupo de pequenos caminhantes ansiosos por voltar para a televisão e com um ar de senhor professor que, avançando por entre a vegetação seca, perguntava “que espécie de árvore é esta?” E os pés enegrecidos pela poeira pontapeavam-se disputando a resposta acertada!
Foram muitas as árvores que aprendi a identificar com estas lições, mas mais ainda são aquelas cujo nome desconheço por completo! Com tanta árvore por este mundo fora só não percebo que ideia marada foi aquela que tive nos tempos do colégio!

As tesouras sempre constituíram um material de grande utilidade para as crianças. Naquele dia os cabelos foram as vítimas! Com uns golpes consentidos e outros menos (a Barbie lá do sítio desconhece por completo o seu contributo…), foram de todas as cores as madeixas que recolhi na minha turma. Depois, juntamente com os meus cúmplices, fazendo uma covinha no canteiro, “semeei” aquela que viria a ser uma nova espécie de árvore: a cabeleira.
Quando digo “viria a ser” significa que, para os pseudo agricultores, era mais que certo ter ali, num futuro próximo, uma frondosa e bonita árvore que no Verão seria morena, loura no Outono e careca no Inverno (a estação primaveril ficou por colorir).
Pois é… para quem tem capacidade para aceder a um blog e ler estas linhas, é fácil concluir que o local permaneceu vazio! Para quem tem a idade das tesouras e pôs esperanças naquele pedacinho de terra, a culpa esteve na falta de rega! Sábia conclusão!

Há anos que não vou ao colégio! Confesso, no entanto, que quando um dia lá voltar (e isto não contem a ninguém), serei incapaz de não ir espreitar o dito canteiro… just in case…


A Árvore da Vida-1905
Gustav Klimt

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Uvas vs Bicicleta

Aos 7 anos de idade tive mais um dilema, um entre tantos outros que caracterizam este período rebelde...estava numa aldeia de família que já de si seria familiar, num dia solarengo de Junho e perto do final de um almoço até então "comido" num ápice, quase sem respirar, mas eis que surge uma sobremesa considerada saudável e apetecível pelos demais adultos e não só, mas não para mim, estranho até, porque eu já era considerado um "bom garfo". Nesta altura, o leitor deve estar a precisar de respirar devido à extensão da última frase nada "Saramagoniana", pois pelo menos tem umas vírgulas a pautar o ritmo (não se trata de uma crítica implicitamente directa!), mas voltando ao assunto...qual seria o prato final "sobre a mesa" aqui em questão? Algo pouco comum? Pelo contrário, até é bastante tradicional no nosso país, bem regado por sinal! As uvas! A minha Tia que acumula também a pasta de Madrinha, propôs-me, após largos minutos de insistência, que se eu comesse de vez o tal cacho do fruto não desejado, ganharia em troca "uma... - aqui aplicar-se-ia mesmo a expressão: Ok, leva lá para casa a - ... bicicleta "!!! - isso mesmo...nada mais nada menos do que esse meio locomotor! Era o agora ou nunca, umas míseras uvas contra uma bicicleta, mas no fim prevaleceu o menos provável, até nestas idades... não comi as tais uvas, fiquei com menos Km de estrada! Resumindo, a prova não foi superada, ganhou o Nunca e eu passei a pisar mais uvas!

sábado, 23 de dezembro de 2006

História de uma caneta...

Agora que recordo com alguma distância temporal essas ditas aulas, lembro-me de um determinado dia na Escolinha: durante uma aula de Francês, estava eu no miolo habitual das carteiras de uma sala, não muito grande mas arejada o suficiente para 31 cabeças pensantes...e no meio de uma desatenção natural mas causal (qual seria o porquê de tanto desinteresse?), nos gestos também naturais do corpo relaxado, lá ia eu manobrando de vez enquando uma caneta Parker com as duas mãos, qual microfone à Marco Paulo... e num desses devaneios motores surge um acaso e a caneta salta caprichosamente, ficando presa nas costuras das minhas calças Jeans de marca e algo desgastadas, numa zona algo embaraçosa... tentei, sem sucesso, retirar a caneta do seu alvo, mas não estava fácil... contei, algo constrangido, ao colega da frente, o qual depois de se aperceber, descascou-se a rir... a "Stôra" não gostou daquele barulho e mandou-nos ir apanhar ar... mas quando levantei-me, a dita caneta continuava teimosamente a não querer sair da sua nova casa, tipo pêndulo de relógio de caixa alta...marchei ao som de um novo tic-tac até que a Senhora Professora e restante turma reparou no apêndice... O que é isso? Perguntou a autoridade...não soube explicar o inexplicável...chegou a hora do intervalo e lá continuava a caneta na sua nova localização... pelo que decidi começar a desmontar o que dava da sua anatomia... e no fim de tudo, fiquei só com parte desta agarrada à costura...e passado algum tempo só um rasgão, como reflexo da marca do acaso...

Do fôro psiquiátrico com amor

Dizia-me a minha amiga brasileira, esta noite, no msn: «Aí, minina, sábi quein eu encontrei lá no bar? Adjivinha!». Curiosa, respondi: «Não. Conta lá!». Então, ela dise: «A turma de médicos psiquiatras lá do hospitau. Os côroas todos, enchendo à cara e fazendo piada dji tudo. Vem um residentxi e gruda em mim a noitxi toda. Eu me acabáva de ri! Aí, quândo eu ía embora, ele mi dá seu número e djiz pra mim qui si souber como vai sê o exame, me fala no ouvido. Cê já viu isso?!! Só me sai doido na rifa!!». Hay que ver esos gaditanos...

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Matarruano

Imaginem o seguinte filme:

Eu tinha o carro estacionado numa determinada rua estreita de Lisboa há já 3 dias...tudo normal até agora, certo?? Mas atenção!!! Bem estacionado e dentro da lei, e eis senão quando, decido tirar o dito carro...mas não estava fácil, e porquê? Seria do condutor? Neste caso não... tinha um carro atrás a bloquear a saída...que vendo bem, até é normal quando se trata de uma rua estreita em Lisboa (caos). Começo a apitar para ver se o condutor do bólide dava sinal de vida...houve uma pessoa que se revelou ser um falso alarme, não era o seu carro...mas passado mais alguns minutos e uns decibéis a mais, apareceu uma espécie na casa dos 40 anos, tipo matarruano, com corpo preguiçoso, olhos encovados e de perturbado, barba por desfazer, cabelo anti-shampo que pareceu dirigir-se para o "outro" carro...abordei-o com um Boa Noite e perguntei se aquele seria o seu carro, ao que ele respondeu: GrrrhGrhhh (não percebi o dialecto). Agora o leitor acharia que tudo se resolveria por aqui...nada disso! O "Zé Matarruano" fez marcha-atrás para aí uns 20 cms bem medidos, que não dariam, nem para um Smart (não era o caso), o espaço suficiente para fazer a manobra. Saí do carro, e interpelei educadamente o tal senhor, o qual saiu do carro à bruta e provido de um taco de Baseball...puxou o taco atrás e lá ia eu levando uma bastonada se não tivesse estado minimamente calmo e não tivessem aparecido umas pessoas no timing certo ...entretanto a minha irmã que estava dentro do meu carro, aquando da manobra mal sucedida por dificuldade alheia, saiu do seu lugar e começou a gritar e a perguntar que algazarra seria aquela e se o Homem teria saído de "algum Júlio de Matos"; desta feita a espécie Matarruano Matarrunae Brutus investe a sua idiotice sobre ela e foi aí que uma Carmo e uma tal de Trindade caíram...pelo que eu participei do sucedido à polícia local. Convém notar que depois de saneada a confusão, e já a caminho da polícia, passou um carro patrulha em sentido contrário, o qual não reagiu a sinais de luzes/apitos do meu carro, continuando serenamente o seu caminho com o objectivo de chegar "não sei aonde e não sei a que horas".
Tenho dito.
Esta poderia ser a máscara desta espécie rara:

Isto é uma EsPéCiE dE BLoG

E assim surge mais um blog nesta Blogosfera...vindo do nada, talvez para nada e quem sabe até mais "um nada" neste novo meio!
Esta nova espécie sem taxonomia para já, ainda não determinou qual ou até quais os seus propósitos, o que pretende vir a ter para caçar, que habitat pretende primeiro, para estar...e, depois, sim "estragar"...
Mas calma...este novo "specimen", The Special One, pode falar sem baralhar, da intemporal Selecção Natural, que te desafia em constantes provas de quase-fogo ou até de fogo e, que te incendeia desde a tua 1ª célula até à última que perecerá...por isso deixa o rastilho do teu rumo bem aceso, com testemunhos que desenrolares da tua mente, essa sim pertencente a uma Espécie bem conhecida e às vezes desmedida.
Se conseguiste ler até aqui, considera-te um resistente... por isso não deixes em reticências o que podes dizer com um conjunto de letras, que juntas formam códigos (i)lógicos e que num encadeamento estabelecem um sentido, que por sua vez subentendido ou não, pode revelar muito do teu Ser!

Junto envio uma rima fácil que inventei e que constitui o Meu Azimute:

"Em tempestade ou na bonança, haja sempre perseverança!!!"