quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

A mulher das calças

Hoje, fui com a minha mãe ao IPO, para ela participar num exame de rastreio do cancro de cólon. Sou suspeita de o dizer, mas a minha mãe é uma peça única e uma paciente exemplar (infelizmente, já tive de a ver internada mais do que uma vez). Quem me dera que todos os meus futuros doentes fossem tão bonzinhos e bem-dispostos como ela! E corajosos, também!

Enfim, íamos nós por aí acima, quando reparo que vêm a sair do edifício principal dois palhacinhos daquele grupo que anda a animar as crianças pelos hospitais. São verdadeiramente impressionantes e o seu trabalho louvável e muito necessário. Mas nesta curta história, eles não são os protagonistas. Atrás deles, dou-me conta, por acaso, de uma senhora de meia-idade a quem caem no chão, subitamente, as calças. Palavra! Pois a boa mulher, em vez de puxá-las rapidamente para cima e olhar a toda a volta, disfarçadamente, para se certificar de que ninguém se deu conta, baixa-se, sim, para puxar as calças, mas devagar, rindo-se a plenos pulmões e deixando todos surpreendidos. Só eu, a minha mãe e umas empregadas de limpeza que estavam sentadas a descansar é que nos demos conta. Os outros, com certeza, pensaram que a mulher era doida. Nenhuma de nós conseguia conter-se e as lágrimas já nos rolavam pela cara abaixo, como se nos tivessem dado um par de tabefes. E aí foi ela, rua abaixo, rindo-se sem parar e dizendo que nunca pensou que lhe pudesse acontecer uma coisa daquelas. Ah! Que sentido de humor admirável! Aquilo, só vendo! Contado assim, até perde a piada... Parecia uma cena tirada daqueles apanhados de vídeo que costumavam fazer na Euronews!

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