quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Por que é que é sempre preciso um título?!!!

Há momentos na vida em que somos obrigados a fazer coisas que não queremos, mas nem por isso deixamos de pensar naquilo que desejamos. São momentos difíceis. O nosso corpo está num sítio e a nossa cabeça e o nosso coração, noutro.

Apesar de tudo, a alma continua livre. A minha, pelo menos. Não gosto de me sentir presa ou obrigada e não admito que nada nem ninguém tenha a veleidade de querer controlar-me, dominar-me. Por isso, a monotonia do quotidiano não conseguirá ofuscar o brilho dos meus olhos, a vitalidade que me corre nas veias, nem mesmo em dias como o de hoje, em que me sinto rebentar pelas costuras com tantas ideias e desejos que trago dentro de mim. A vida é muito mais do que as simples responsabilidades do quotidiano e ignorar isso é como desperdiçar o mais valioso de todos os presentes: o simples facto de existir. Quando se anda por um hospital cheio de gente doente, a inconsciência do tesouro que é a vida torna-se numa negligência ainda mais horripilante.

Em anos de mudanças radicais, de transições de uma etapa da vida para a outra (como aquele que vivo neste momento), não consigo ficar indiferente às emoções que sinto e o ram-ram do dia-a-dia é como uma corrente de chumbo, pesada, que nos ata os pés e nos dificulta a marcha (semelhante às dos desenhos animados). Portanto, pequenas coisas como escrever neste blog estão para mim, como a lata de espinafres está para o Popeye: bota goela abaixo e cá vai disto!

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